quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Acorda, Igreja!


"E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.
E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
Mas todas estas coisas são o princípio de dores.
Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.
E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará." (Mateus 24:1-12)

Eu, particularmente, não tenho tanto prazer em falar e tratar sobre o final dos tempos, penso que nenhum pregador da Palavra se alegre muito em falar de tal momento bíblico, porém, é bastante necessário, ainda, peço que se observe todo o contexto da passagem, entretanto, peço que se detenha no último trecho, destacado em negrito.

Há um tempo venho sendo bastante incomodado a respeito disso, não porque eu seja um expoente do Cristianismo a ponto de apontar as falhas de outros, pelo contrário, me junto aqui a tantos irmãos que estão frios espiritualmente, a ponto de deixar, muitas vezes, o Amor para escanteio. 

Não duvido que, ao final deste texto, eu já terei sido classificado como rebelde ou herege, no mínimo, porém, é necessário refletir, o fim está próximo, Jesus está voltando e a Igreja, o ajuntamento dos cristãos que entregaram a sua vida a Cristo para ter um relacionamento genuíno com DEUS, está esfriando. 

A pregação do Evangelho, puro e simples como é, pois é o Poder de DEUS que age para transformar o homem pecador em um ser justo, deu lugar a palestras motivacionais, do tipo que exalta o salvo, mas pouco se fala do Salvador.

O Evangelho de Jesus, que provoca intensas transformações, tem sido negligenciado por conta da absurda e demoníaca propagação da chamada "Teologia da Prosperidade", que, em síntese, prega que só se é um cristão bem sucedido se houver vitória. Sim, isso mesmo, a pregação do Evangelho verdadeiro deu lugar a infame idolatria pela vitória.

Além disso, há uma banalização completa da Graça de DEUS, pois não há mais confronto de pecados, mas um tolerância terrível a eles. Explica-se, no cenário atual há muito mais teor motivacional na pregação do que teor corretivo, poucos são pregadores que se engajam e admoestar o seu irmão sobre a necessidade de correção de rumos e arrependimento de pecados, mas muitos se esmeram e afirmar que por que o salvo está salvo tem direito a vitória.

Poucos são os que falam sobre o Poder do Amor de DEUS, em Jesus Cristo, capaz de libertar do mal, conduzir ao arrependimento de pecados, provocar transformações profundas nas pessoas, semear a misericórdia e o perdão, desenvolver os maravilhosos frutos do Espírito Santo e nos colocar em um verdadeiro, pessoal e íntimo relacionamento com DEUS. Sabe por que?

O Amor demanda sacrifício! Seguir a Jesus não é fácil, é necessário largar nossas cargas pelo caminho, sejam elas emocionais, psicológicas, espirituais e, principalmente, materiais, ou seja, é necessário desapegar daquilo que se vê, para estar perto d'Aquele que não se vê. 

Não digo que se deva viver na miséria e ignorar aos seus amados familiares e amigos. Pelo contrário. Mas que precisamos não ter apego a nenhuma riqueza, podemos ter sonhos, podemos amar pessoas, podemos ter um patrimônio, um bom trabalho, uma boa vida, porém, não devemos nos apegar sem limites a tudo isso, pois tudo, neste mundo, é passageiro.

Aqui não quero incentivar ninguém a vender os seus pertences, nem a negligenciar sua família, amigos e emprego, pelo contrário, o que desejo que você entenda é que DEUS precisa ser o primeiro lugar de nossas vidas, precisa ser o primeiro em tudo, a maior prioridade de nossas vidas, pois se Ele não for o primeiro em tudo e o principal Amor de nossas vidas, tudo não passará de uma ilusão, de uma miragem, em meio a este mundo caído.

A Igreja pouco tem amado, pouco tem levado Jesus a quem está próximo e, particularmente, no Brasil, onde ainda temos liberdade para exercermos a fé cristã, o Evangelho está sendo posto de lado, para celebrar a vitória, a prosperidade, o engrandecimento do eu humano e do seu ego e o orgulho está, cada vez mais, se alastrando no meio cristão, enquanto o Amor tem sido colocado para fora.

Que ninguém se iluda. Onde não se celebra a Jesus, ao Seu Espírito Santo e ao Senhor DEUS Pai Todo Poderoso, se celebra o pecado, o mal, as trevas, a escuridão, o mundo e seus prazeres, a idolatria, enfim, a perdição total.

Hoje, sim, o tom precisou não ser ameno, pois a Igreja precisa sair do congelador, para não acabar no lago de fogo e enxofre.

Só o Amor de DEUS salva, pois Esse Amor é Jesus Cristo, que Se sacrificou, passou por terríveis humilhações e morreu crucificado para que, através de Sua ressurreição, nós tivéssemos vida e fôssemos salvos, essa é a verdadeira vitória, não a vitória que o mundo ensina, mas a vitória do Amor de DEUS na cruz, que nos confirmou a Graça de DEUS na pessoa de Seu Filho Jesus e na presença de Seu Espírito, para que, então, deixemos de lado nossos pecados e possamos, realmente, ter um completo relacionamento com DEUS, que pode começar aqui, ainda neste momento de nossas vidas, e se prolongar pela eternidade, ao lado do Pai.

Igreja, irmãos em Cristo, voltem-se para o Fogo Santo e transformador do verdadeiro Evangelho, unam-se ao Amor de DEUS em Jesus Cristo e, Neste Amor, uns com os outros, enxerguem-se como devedores do Amor de DEUS e entendam o mandamento deixado pelo Senhor Jesus, que devemos nos amar uns aos outros, como o Pai nos ama e que deixemos de lado as ofensas que nos fizeram e pratiquemos o perdão mútuo, para que o Pai nos perdoe em nossas faltas, que deixemos nossos pecados eventuais e de estimação pelo caminho e possamos estar abertos a verdadeira bênção, a maior que todas as outras, que é a Presença de DEUS e a vida em comunhão com Ele.

Jesus nos espera. Ele nos ama.

A Paz.