quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Seu comportamento é coerente com seu discurso?

"Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus." (Mateus 21:28-31)

É bastante comum fazermos promessas sem intenção nenhuma de cumpri-las, não raro assumimos uma compromisso em um momento de empolgação e depois inventamos mil desculpas para fugir da palavra empenhada – algumas, de fato, são bem criativas. Mas Deus não age desta forma, Ele é absolutamente fiel à Sua palavra e promessas, ainda que seus filhos sejam falhos. Fico feliz em saber que Ele é constante, imutável, a Rocha eterna e por isso posso me firmar em sua vontade, que não oscila ao sabor do vento.

Vamos observar o comportamento do segundo filho antes do primeiro.

As palavras do segundo filho agradaram ao pai, mas sua atitude não. Não foram reveladas as motivações que o levaram a descumprir sua palavra, pode ser que tenha ficado com preguiça, ou tivesse outros planos antes, um compromisso inadiável surgiu de repente.... São especulações, mas inteiramente aplicáveis a cada um de nós. Aqui falo também dos compromissos humanos, quantas vezes prometemos fazer algo por outra pessoa e simplesmente descumprimos a palavra, quantas vezes tomaram exatamente a mesma atitude contra nós? Lembra da sensação de frustração? De ser desrespeitado? Desvalorizado? Desconsiderado? Poxa, nem um telefonema para avisar do imprevisto (o que às vezes são reais)? Todos nós já passamos por algo semelhante.

Por outro lado, o primeiro filho arrependeu-se do que disse e fez a vontade do pai, mas não antes de entristecê-lo ao dizer que não atenderia a seu pedido. Novamente, podemos apenas imaginar o que levou o filho a mudar de ideia: talvez o pai estivesse cansado, ou fosse velhinho; talvez a face decepcionada ao ouvir as palavras o tenha constrangido; talvez visualizar a alegria de seu pai ao ver que tinha realizado seu pedido, mesmo contra a vontade mais íntima de seu ser tenha sido sua motivação.

Seja qual for a razão da mudança do comportamento dos filhos, o fato é que as atitudes deles revelaram muito mais que o discurso, foi assim com eles e é assim com cada um de nós. Podemos ter um discurso elaborado, com argumentos bastante convincentes, mas o agir tem mais força do que o falar. É bem mais fácil desmentir palavras do que fatos. Não nego que um comportamento possa ser fingido, com segundas e terceiras intenções, mas é um tanto mais complexo usar máscaras o tempo todo e lembrar de como se comportar na frente de cada pessoa, em algum momento a pessoa cairá em contradição, o discurso não será coerente com o comportamento.

O ser humano pode ser assim, mas Deus não. E Ele nos fez a sua imagem e semelhança, para que pudéssemos ser puros, amorosos, fieis e coerentes como Ele mesmo é. Quando Jesus se fez carne e veio habitar aqui, não foi encontrado engano em sua boca, Ele não mentiu e também não fez promessas vãs. Ele prometeu salvar os que cressem nele e faz isso todos os dias (Jo 3.16); prometeu estar ao nosso lado até a consumação dos séculos (Mt 28.20) e continua a ser fiel diariamente, mesmo diante de nossa inconstância. Jesus provou que é possível agir de acordo com o que se fala e viver de segundo com a vontade do Pai.

Imaginar a tristeza do Pai ao perceber a dificuldade de seus filhos em cumprir as promessas feitas me constrange, me faz querer mudar de atitude. Eu simplesmente não quero entristecer o Espírito Santo e afastá-lo de perto de mim, ainda que saiba que nunca vai me abandonar. Ele merece o melhor de mim, merece que eu o respeite, merece que eu o ame, merece que eu seja fiel. Tenho completa consciência de que nem sempre consigo agir como deveria, mas também sei que nada pode me separar do amor de Deus, mas que não quero usar, e nem devo, o grande amor que o Altíssimo tem por mim contra Ele. 

Por Lucyanna Raposo.

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